O Mar:
Versão eternamente virgem de si
Repetição afinal não afinal novidade
Corpo absoluto do Tempo
Filme de acção sem princípio nem fim
Máquina de estar sempre a acontecer
Vidas, Vida.
Olhai, senhores, a espuma
Memória da última onda
Expectativa do que há-de seguir-se
Esperanças.
Olhai, senhores, a vaga nascente-crescente
Adamastor esbracejante e magno
Hipérbole do limite excessivo de si próprio.
Olhai, senhores, a rebentação na areia
Os milhares de átomos da bruta força
A espuma.
O Mar:
Eu ao espelho da minha infância
Eu durante a enganosa imortalidade dos sonhos
Eu espalhado pela areia insegura
Eu espuma.
Arco de Baúlhe, 09 de Maio de 2017.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, na internet.]
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